A teoria baseia-se no seguinte:
O Miguel não conhece a Laura, mas gosta dela...
- Em 1930, se o Miguel gostasse da Laura, pedia-lhe permissão e escrevia-lhe uma carta… Se ousasse escrever a outra rapariga, todas as pessoas do bairro ficariam a saber.
- Em 1950, se o Miguel gostasse da Laura, conversavam e combinavam sair com os amigos de ambos.
- Em 2000, se o Miguel gostasse da Laura, pedia o número de telemóvel dela a um amigo/a e mandava-lhe uma mensagem… Se ousasse enviar a outra rapariga, todas as pessoas da turma/do escritório ficariam a saber.
- Em 2010, se o Miguel gostasse da Laura… pedia-lhe para o adicionar como amigo através duma rede social e é provável que não lhe volte a falar, pois tem outros 2000 amigos.
Poderíamos definir os tempos desta forma:
- Era em que não havia contacto interpessoal (1930);
- Era em que se quebraram essas barreiras (1950);
- Era em que se descobriram novos meios de comunicação (2000);
- Era em que já não sabemos bem o que se vai inventar a seguir…
Razões:
É mais que sabido que as redes sociais deram origem a milhões de divórcios e continuarão a dar, visto que as ameaças mudaram.
- Em 1930, a Laura preocupava-se com a sua vizinha, a quem o Miguel podia enviar cartas.
- Em 1950, a Laura preocupava-se com a sua amiga, a quem o Miguel podia convidar para sair.
- Em 2000, a Laura preocupa-se com a colega de escola/trabalho…
- Em 2011, a Laura preocupa-se com a vizinha, com a amiga, com a colega, com a estrangeira…
Além de todo o aparato relacional que existia em 1930, o Miguel e a Laura têm de se preocupar com:
» novas inseguranças
» novas formas de controlo
» novas discussões
A Puridade